Pierre Boulat, abril de 1968 |
Saudações de Hitler na rua e prática de tiro na floresta: os neonazistas tomaram um vilarejo inteiro na Alemanha e as autoridades parecem ter desistido dos esforços para combater o problema. O lugar passou a simbolizar a crescente influência da extrema direita em partes do antigo leste comunista.
Horst e Birgit Lohmeyer trabalham há seis anos no sonho de suas vidas, a reforma de uma casa na floresta perto de Jamel, um vilarejo minúsculo próximo de Wismar, no Estado alemão de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. Birgit Lohmeyer escreve romances criminais, seu marido é músico e ambos tentam fingir que tudo está normal aqui em Jamel.
Não foi fácil encontrar a nova casa deles. Os Lohmeyer passaram meses dirigindo pelo interior todo fim de semana, seguindo para o leste de onde moravam em Hamburgo, mas a maioria das casas que viram era cara demais. Então encontraram a barata casa de fazenda de tijolos vermelhos em Jamel. Ligeiramente em ruínas, mas não distante do Mar Báltico, a casa é cercada por limeiras e bordos, próxima de um lago.
Os Lohmeyer sabiam que um notório neonazista morava perto dali –Sven Krüger, um dono de uma empresa de demolição e membro importante do Partido Nacional Democrático (NPD) de extrema direita. O que os Lohmeyer não sabiam é que outros vizinhos se sentiam aterrorizados por Krüger. Ele e seus associados estavam prestes a comprar todo o vilarejo.
Jamel é um exemplo do problema de extrema direita que aflige Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental há anos. A região rural, antes parte da Alemanha Oriental comunista, tem uma reputação ruim neste aspecto –o NPD, que glorifica o Terceiro Reich, está presente no Parlamento estadual desde 2006 e crimes neonazistas fazem parte da vida cotidiana. Nos últimos meses, uma série de ataques contra políticos de todos os partidos democráticos tem abalado o Estado. Dificilmente passa uma semana sem um ataque contra outro escritório eleitoral distrital, com bombas de tinta, pichações de extrema direita e janelas quebradas.
Norbert Nieszery, líder do Partido Social Democrata (SPD) de centro-esquerda no Parlamento estadual, chama isso de uma “forma inicial de terror”. As janelas do escritório de Nieszery foram quebradas duas vezes. O ministro do Interior estadual, Lorenz Caffier, da União Democrata Cristã (CDU) de centro-direita, diz ter registrado um novo nível de violência extremista de direita. Ele acredita que o NPD está tentando ganhar notoriedade por meio de comportamento agressivo antes da eleição parlamentar estadual em setembro. Um prefeito local pediu proteção policial após receber repetidas ameaças da direita. O Escritório Federal para Proteção da Constituição, a agência de inteligência doméstica da Alemanha, alerta que o NPD está se tornando cada vez mais influente nos municípios locais e os neonazistas estão tentando se entranhar na vida cotidiana.
Horst e Birgit Lohmeyer trabalham há seis anos no sonho de suas vidas, a reforma de uma casa na floresta perto de Jamel, um vilarejo minúsculo próximo de Wismar, no Estado alemão de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. Birgit Lohmeyer escreve romances criminais, seu marido é músico e ambos tentam fingir que tudo está normal aqui em Jamel.
Não foi fácil encontrar a nova casa deles. Os Lohmeyer passaram meses dirigindo pelo interior todo fim de semana, seguindo para o leste de onde moravam em Hamburgo, mas a maioria das casas que viram era cara demais. Então encontraram a barata casa de fazenda de tijolos vermelhos em Jamel. Ligeiramente em ruínas, mas não distante do Mar Báltico, a casa é cercada por limeiras e bordos, próxima de um lago.
Os Lohmeyer sabiam que um notório neonazista morava perto dali –Sven Krüger, um dono de uma empresa de demolição e membro importante do Partido Nacional Democrático (NPD) de extrema direita. O que os Lohmeyer não sabiam é que outros vizinhos se sentiam aterrorizados por Krüger. Ele e seus associados estavam prestes a comprar todo o vilarejo.
Jamel é um exemplo do problema de extrema direita que aflige Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental há anos. A região rural, antes parte da Alemanha Oriental comunista, tem uma reputação ruim neste aspecto –o NPD, que glorifica o Terceiro Reich, está presente no Parlamento estadual desde 2006 e crimes neonazistas fazem parte da vida cotidiana. Nos últimos meses, uma série de ataques contra políticos de todos os partidos democráticos tem abalado o Estado. Dificilmente passa uma semana sem um ataque contra outro escritório eleitoral distrital, com bombas de tinta, pichações de extrema direita e janelas quebradas.
Norbert Nieszery, líder do Partido Social Democrata (SPD) de centro-esquerda no Parlamento estadual, chama isso de uma “forma inicial de terror”. As janelas do escritório de Nieszery foram quebradas duas vezes. O ministro do Interior estadual, Lorenz Caffier, da União Democrata Cristã (CDU) de centro-direita, diz ter registrado um novo nível de violência extremista de direita. Ele acredita que o NPD está tentando ganhar notoriedade por meio de comportamento agressivo antes da eleição parlamentar estadual em setembro. Um prefeito local pediu proteção policial após receber repetidas ameaças da direita. O Escritório Federal para Proteção da Constituição, a agência de inteligência doméstica da Alemanha, alerta que o NPD está se tornando cada vez mais influente nos municípios locais e os neonazistas estão tentando se entranhar na vida cotidiana.