sábado, 26 de março de 2011

europa constrói muros para barrar imigrantes

Foto: Kai Wiedenhöfe. Palestina - Sawahre
Grécia e Turquia seguem tendência de países europeus que aumentam
controle de mares e fronteiras ao anunciar muro para separar
territórios


Gilles Lapouge - O Estado de S.Paulo








Os muros proliferam. O próximo será erigido na Trácia, na fronteira entre a Turquia e a Grécia. Este muro será alto (3 metros), mas não muito longo. Ele vai separar os dois países ao longo de 12,5 quilômetros, ou seja, apenas no trecho da fronteira que está livre de outros obstáculos.


Foi o ministro grego da Proteção do Cidadão, Christian Papoutsis, que deu a notícia. É fácil compreender a preocupação de Atenas: com a França, Itália e Espanha aumentando o controle dos seus mares e dos seus "limites" com a África, os imigrantes asiáticos e africanos penetram na União Europeia pela última passagem utilizável: os 12,5 quilômetros que formam a barreira entre a Turquia e a Grécia. Em 2010, 90% desses migrantes entraram na Europa por esse caminho, ou seja, 180.000 pessoas.


A União Europeia protestou. O bloco é contra os muros porque esses grandes complexos confederados, como também a globalização, baseiam-se na filosofia de um mundo fluído, aberto, sem fronteiras.Só que a realidade não obedece à filosofia. Jamais se construiu tantos muros no mundo. A lista é longa. Temos o longo muro entre EUA e México. A África do Sul, depois da sua independência, erigiu um labirinto de pequenos muros no seu interior, nos bairros perigosos, e também um outro grande que a protege do Zimbábue. A Arábia Saudita também já construiu inúmeros paredões de cimento na sua fronteira com o Iêmen. A Índia é especializada em muros, construídos nas suas fronteiras com o Paquistão, Bangladesh e Mianmar.

a crise do crédito

sexta-feira, 25 de março de 2011

depois da revolta

Crédito da imagem: The Sun
Os dias de hegemonia dos Estados Unidos não chegaram ao fim, mas, de Ancara ao Cairo, de Túnis a Beirute, os contornos de um Oriente Médio pós-americano podem ser vislumbrados


por Adam Shatz

A classificação conceitual usada no Ocidente para dividir o mundo islâmico entre amigos e inimigos, moderados e radicais, bons e maus muçulmanos nunca pareceu tão inadequada ou irrelevante. Um governo árabe “moderado” e “estável”, pilar da estratégia americana no Oriente Médio, foi deposto no Egito por protestos em escala nacional que reivindicavam uma reforma democrática, um governo transparente, liberdade de reunião, uma distribuição mais justa dos recursos do país e uma política externa alinhada com a opinião popular. Esse movimento deixou outros governos árabes em pânico, ao mesmo tempo em que despertou a esperança de seus povos jovens e frustrados. Se a revolução no Egito for bem-sucedida, terá derrubado não só um regime corrupto e autocrático. Terá destronado também o vocabulário e os padrões de pensamento que sustentaram a política ocidental no Oriente Médio por mais de meio século.


O destino da revolução permanece incerto. Mubarak se foi, os manifestantes em sua maioria foram varridos das ruas e o Exército preencheu o vácuo. Disciplinado, continua no poder e dispõe de recursos consideráveis à sua disposição. A retórica cortante de seus comunicados pode soar refrescante após os discursos de Mubarak, de seu filho Gamal e dos empresários que dominavam o Partido Nacional Democrático. Até agora, a maior parte dos egípcios tem se mostrado disposta a dar ao Conselho Supremo das Forças Armadas o benefício da dúvida. Como em qualquer revolução, o desejo de ordem e segurança é quase tão forte quanto o anseio por mudança. Milhares de trabalhadores em indústrias críticas entraram em greve, desafiando o Conselho Supremo, e os egípcios mais pobres podem desejar transformações mais abrangentes do que as pleiteadas pela classe média.


Os temores de uma tomada do poder pelo Exército são descabidos: as Forças Armadas egípcias sempre preferiram permanecer distantes da política, para que um governo civil lidasse com as questões do dia a dia. Ainda que a Lei de Emergência venha a ser suspensa e se estabeleça um governo democrático, qualquer tentativa de reduzir os privilégios do Exército, ou de reconfigurar a política externa, será recebida com resistência pelos generais. Nesse caso, é improvável que os Estados Unidos imponham alguma pressão significativa, ou que suspendam sua ajuda. Com suas cidades militares autossuficientes, nas quais apartamentos confortáveis e produtos estrangeiros podem ser obtidos com desconto, e uma ampla participação numa economia baseada em um misto de clientelismo e neoliberalismo, os oficiais graduados do Exército vivem em um mundo à parte, e não querem vê-lo perturbado. Eles tampouco querem ver ameaçada a ajuda que recebem dos Estados Unidos, o que significa que não vão aderir a qualquer mudança dramática na orientação da política externa – para alívio de Israel.


quinta-feira, 24 de março de 2011

O dono da inflação

Scientist Charles Feltz with other designers of moonship on 'project Apollo
Passado, presente, dificuldades e crises do Banco Central

 por Consuelo Dieguez

A sede do Banco Central é o prédio mais alto de Brasília. A pesada caixa de vidro negro, cortada por quatro imensas colunas de concreto, começou a ser construída no regime militar, em pleno milagre econômico. Sua arquitetura afirmava a força da centralização, o poder do Estado como guardião da moeda. Não havia independência, o Banco Central fazia o que o ministro da Fazenda mandava. Quando o prédio ficou pronto, em 1981, a ditadura estava no ocaso e a moeda, o cruzeiro, corroída pela inflação, perdia valor semanalmente. Com o milagre virando ruína econômica, a imponência do Banco Central limitava-se à fachada.

Na volta ao poder, os civis mantiveram o banco num papel subalterno. Sua situação só começou a mudar com o Plano Real, em meados dos anos 90, quando a política de valorização cambial de Fernando Henrique Cardoso, que determinava que o valor do real fosse igual a um dólar, dependia da sintonia fina feita pelo banco. A sua transformação em peça-chave da engrenagem econômica ocorreu no fim do século, quando lhe coube a responsabilidade de manter a inflação dentro de uma meta fixada previamente pelo Conselho Monetário Nacional. Se a inflação sobe além da meta, a responsabilidade é do presidente do Banco Central, que o gere por meio de sete diretores. 

 Desde o primeiro dia de 2011, o encarregado do índice é um economista gaúcho de 47 anos, Alexandre Tombini, funcionário de carreira do banco com passagem pelo Fundo Monetário Internacional. Com o rosto afável de um menino crescido, bochechas rosadas e cabelos grisalhos cortados rente, ele ficaria bem num uniforme de fuzileiro naval americano. Numa manhã clara de fevereiro, era de terno preto, camisa branca e gravata vermelha que, do seu gabinete no 20º andar, ele deu uma olhada no lago Paranoá, suspirou de maneira quase imperceptível e se preparou para a entrevista. 

Não era um bom dia para falar a repórteres. Os jornais anunciavam naquela manhã que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, que acompanha a evolução do valor de alimentos, transportes, habitação e vestuário, entre outros itens de primeira necessidade, era o maior desde 2005. A inflação acumulada em um ano passara para 5,99%, e os analistas já previam, com base no resultado, que o índice superaria o limite máximo da meta de 6,5%. Nesse ritmo, dificilmente o Banco Central conseguiria trazer a inflação de volta para o centro da meta, estipulada em 4,5% para 2011.  

Tombini sentou-se numa poltrona de couro preto, pediu água e café, e rebateu as previsões pessimistas. “Trabalhamos com instrumentos conhecidos, não há por que duvidar do cumprimento de nosso objetivo”, disse. O principal instrumento de que Tombini dispõe é a taxa de juros. Foi a ele que recorreu, em 19 de janeiro, na primeira reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom, no governo de Dilma Rousseff: a taxa básica de juros passou de 10,75% para 11,25% ao ano, o maior nível desde março de 2009. “O banco precisa operar dentro de um regime de metas e para isso usa sua capacidade operacional, que é principalmente a taxa de juros a curto prazo”, afirmou. 

quarta-feira, 23 de março de 2011

Gropper The Woodcutter 1949

Convite

Palestra:
Do rural ao meio ambiente: transformações do rural contemporâneo na Europa e no Brasil
Prof. Dr. Pierre Stassart (ULG-Belgica)
Debatedor. Prof. Alfio Brandenburg (UFPR)
Dia 31 de Março, às 14:30 horas; anfiteatro 1100 -Ed D. Pedro I, Setor de Humanas Letras e artes

sábado, 19 de março de 2011

países árabes e democracia

Meca [Mahmud Hams Agence FrancePresseGetty Images]
Icarabe: Quais são os problemas do olhar ocidental sobre a política do Oriente Médio?
Paulo Hilu: Existem vários erros. Um dos erros é achar que essa região nunca conheceu a democracia. Os países que emergem do colonialismo francês e inglês tinham um sistema democrático, ou pelo menos estruturadamente democrático. Então, Síria, Líbano, Jordânia e Iraque tinham regimes que apresentavam todas as aparências da democracia liberal. Eleições, multipartidarismo, liberdade de imprensa. Só que eram sistemas que, ou eram controlados por um grupo, no caso do Líbano os maronitas, no do Iraque, os sunitas, ou era uma pequena elite urbana ou rural que controlava o sistema, como era o caso do Egito e da Síria. Isso fazia com que a maioria da população ficasse de fora da ação política. Muito parecido com o que era a República Velha aqui no Brasil.


Icarabe: E continuava a ligação com as colônias?
PH: Esses regimes dependiam das antigas potências coloniais, aos quais estavam ligados por tratados, que colocavam as riquezas e as forças armadas sob tutela dessas potências. Então, obviamente, as transformações do século XX, como urbanização, desenvolvimento de uma classe operária, o deterioramento das condições no campo, onde os proprietários de latifúndio exploravam uma mão-de-obra proletarizada, levaram à queda desses regimes. Outro fator foi o fracasso militar diante da primeira guerra entre árabes e isralenses, que levou à criação do Estado de Israel. De certa maneira, deslegitimizou esses Estados, vistos então como meros fantoches coloniais. Isso levou à queda de todos eles nas mãos de líderes populistas, geralmente inspirados por visões nacionalistas, de caráter socialista, e o melhor exemplo é Nasser. Então, esses líderes vão subir um a um. Nasser no Egito em 1952, o Baath na Síria em 1963, o partido Baath no Iraque em 1968. Você já tem na época uma percepção que ligava a democracia a um goveno de elite e ao colonialismo europeu, e a sua substituição por esses regimes nacionalistas árabes traziam uma idéia de que eles estavam realmente incorporando as massas ao processo político, e que realmente estavam atendendo aos desígnios da nação. Então, vêm dessa época a pouca base social que as idéias liberais tinham no Oriente Médio.

modelo reduzido de belo monte é montado na ufpr

Foto: Lactec.org.br
A hidrelétrica de Belo Monte, que será erguida no rio Xingu, no Pará, vai ser vista primeiro em Curitiba (PR). O modelo reduzido da usina está sendo feito pelo Lactec -– Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento, em um pavilhão que fica dentro do centro politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Terá 2,5 mil m2, com 60 metros de comprimento e 40 de largura. Nele trabalham três engenheiros civis, sete técnicos, 14 pedreiros e cinco estagiários. A construção e calibragem do modelo devem ser concluídas em março, quando serão iniciados os testes.

"Estamos fazendo o que a natureza já fez, construindo o rio", diz o engenheiro e professor André Fabiani, da divisão de hidráulica e responsável pelos projetos de usinas. Ele tem uma planta topográfica com todo o relevo de Belo Monte, que será recriado com argamassa de cimento. Por enquanto, o cenário é produzido com a ajuda de chapas de compensado de madeira e pedra brita. Quando o mini Xingu passar por ali, terá vazão de 567 litros por segundo - no tamanho real, são 72 mil metros cúbicos por segundo.

O contrato do Lactec com o consórcio Norte Energia, responsável pela usina, é de R$ 6,848 milhões. Foi assinado em outubro e terá 28 meses de duração. O laboratório construiu o modelo reduzido da hidrelétrica de Itaipu e, para erguer Belo Monte, teve de destruir 13 modelos menores feitos no passado e que estavam no local. Normalmente é usada a escala geométrica de 1:100, mas o tamanho de Belo Monte exigiu que ela fosse reduzida para 1:110 para caber no pavilhão.



segunda-feira, 7 de março de 2011

Inside Job (3º Ano)




Trailer do Documentário Inside Job (na tosca tradução para o português: Trabalho Interno). Eu recomendo muito uma ida ao cinema para vê-lo. Talvez duas, já que é difícil entender tudo na primeira vez.

a crise financeira de 2008 (3º Ano)

 

Este programa de humor tipicamente inglês chamado The last laugh satiriza (mas também explica) a crise financeira de 2008 e comenta as decisões de seus protagonistas.
Os atores do programa se chamam John Bird e John Fortune.